quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Levar Cabo Verde ao mundo e trazer o mundo às nossas ilhas
OBRIGADO ACV POR
LEVAR CABO VERDE A PORTUGAL, NA “MALA
DE JORGE” BARBOSA; E POR TRAZER PORTUGAL E O MUNDO ÀS NOSSAS ILHAS, NAS ONDAS DO MAR E
NAS ASAS DOS TACV
A convite da ACV (Associação
Caboverdiana de Lisboa), com o apoio da Embaixada de Cabo Verde e dos TACV,
estive em Lisboa, de 20 a 22 de Fevereiro, com triplo objectivo:
presenciar a apresentação do meu
Dicionário Caboverdiano-Português; testemunhar o anúncio público de um curso
sobre o ensino da língua materna caboverdiana; apresentar uma comunicação sobre
“Cabo Verde: Nação Global Caldeada num
Bilinguismo em Construção”.
Nesta curta visita, cativou a
minha atenção, de forma particular, o debate que aconteceu no seguimento da
apresentação do dicionário, pela doutorando Ana Josefa Cardoso e da comunicação
feita por mim. Fiquei ainda agradavelmente surpreso com o dinamismo da ACV,
presidida com clarividência e dinamismo pelo Dr. Mário de Carvalho.
No concernente ao debate acima
referido, devo dizer que o mesmo se estendeu das 18H30 às 22H00, num dia em que
havia o jogo do Benfica, e mesmo assim os participantes não arrendaram o pé do
local, demonstrando alto grau de civismo e de respeito pelas opiniões emitidas.
Todos demonstraram que Cabo Verde, com as suas riquezas e singularidades
regionais, estava no primeiro plano. Com entusiasmo e calor humano, defenderam
o ensino, com rigor e metodologia adequada, do crioulo e do português; a
definição e implementação urgente de uma política e estratégia de ensino e valorização do
crioulo, a curto, médio e longo prazos, para que se evite a sua diluição e
descrioulização, o que contribui, negativamente, para a descaracterização do português também; dar
particular importância a uma política de
inclusão e acumulação tanto das variantes existentes como da própria língua
portuguesa; quanto à oficialização, alguns defenderam que o crioulo já está no
espaço da oficialidade (no ensino, na comunicação social, na internet, na
criação cultural, no discurso parlamentar e, até, de alguma forma, no artigo
nono da Constituição), faltando apenas o reconhecimento jurídico e político
explícitos, bem como o alargamento do seu emprego formal. Apenas houve uma voz
isolada discordante, considerando que se
deveria deixar cair a questão da oficialização por causa da complexidade do
problema.
O acto contou com a
participação de várias dezenas de compatriotas, de destacados estudiosos
caboverdianos e portugueses da crioulística e da crioulidade, da Embaixadora de
Cabo Verde e de políticos de envergadura, como os deputados Jose Ribeiro de
Castro e o Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Cabo Verde.
A minha segunda surpresa está
ligada ao actual dinamismo cultural da ACV e que faz da Associação um verdadeiro
centro de encontro, numa Lisboa crioula. Pude constatar que a ACV é uma espécie
de cantinho de Cabo Verde em Lisboa, onde se respira a cultura de Cabo Verde e
se aprecia tanto a música como a culinária caboverdianas.
Tomei parte num almoço que
habitualmente se faz às quintas-feiras, com sala repleta de caboverdianos e
portugueses, comendo uma cachupa ou um caldo de peixe, apreciando e dançando
uma morna, coladeira ou funaná.
Obrigado ACV, por estar a
levar Cabo Verde a Portugal, na “mala de Jorge Barbosa”; e a trazer Portugal e
o mundo às nossas ilhas, nas ondas do mar e nas asas dos TACV.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
domingo, 3 de fevereiro de 2013
O Milagre dos Tubarões Azuis
A minha formação
cristã não me autoriza a odiar o árbitro mauriciano que conduziu o jogo da CAN,
entre o Gana e Cabo Verde. Porém, não posso deixar de repudiar, veementemente,
a sua arbitragem, uma prestação que tentou, sem sucesso, estragar a festa da
Nação Caboverdiana. Tanto o Gana como Cabo Verde não mereciam este presente
venenoso.
Estranhamente, logo no início da partida,
quando foi anunciada a nacionalidade do árbitro, comentei com os meus
familiares: vamos ter uma boa disputa. E isto porque conhecendo as qualidades
das duas equipas e o respeito que tenho pelo nível de desenvolvimento humano e
ambiental das Ilhas Maurícias, as condições me pareciam estar reunidas para
haver uma festa do futebol, nessa tarde do dia 2 de Fevereiro.
Infelizmente, eu me enganei. Estávamos à
frente de duas boas equipas, porém o envelope ou as promessas de promoção que o
senhor árbitro, eventualmente, terá recebido, falaram mais alto. Não obstante,
a derrota fabricada pelo senhor árbitro oxigenou a auto-estima e a unidade da
Nação Caboverdiana.
Confesso que é a segunda vez que sou
testemunha de emoções positivas tão fortes e tão abrangentes da Nação
Caboverdiana. A primeira vez foi aquando da Independência. A segunda, na devida
proporção, aconteceu com o milagre dos tubarões azuis, na CAN de 2013.
Tenho que parabenizar os tubarões azuis,
tenho que me sentir orgulhoso de ter nascido numa terra chamada CABO VERDE.
Obrigado meu POVO por me ter dado a oportunidade de ter quatro coisas
fundamentais que corporizam a minha idiossincrasia: uma língua crioula; uma
história e uma cultura miscigenadas, autênticas e de horizontes sempre abertos;
o orgulho de pertencer a uma Nação lutadora e vencedora. Obrigado também aos valorosos
tubarões azuis pela sua prestação, pela sua humildade, pela sua luta e pelas
vitórias alcançadas no palco da CAN 2013, em terras de Nelson Mandela, o ícone africano
e mundial da luta pela dignidade humana.
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