segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A Nacionalização da nossa Literatura

Manuel Veiga partilhou uma publicação.
23 h
Mais do que a internacionalização (que encorajo), deseja a nacionalização da nossa literatura. Mais do que um desejo, é uma exigência cultural. Que o Plano Nacional da Leitura crie as condições para essa nacionalização efetiva (nas escolas, na cidade, no campo, nas instituições, no poder, no Orçamento-Geral do Estado...).
Eu escrevo tanto em crioulo como em português. Dou-me por satisfeito se a minha escrita tocar a alma dos caboverdianos, de todas as ilhas, de todas as idades, merecendo dos meus compatriotas críticas exigentes ou aplausos sinceros. E se ela chegar ao espaço da língua portuguesa e aos palcos da globalização, através da tradução, de feiras, debates e magistério, isso me reconforta, na justa medida, mas não me deslumbra.
Como amante das letras, a nação me interpela. Com esse mesmo estatuto, a globalização pode ser um convite, nunca uma interpelação, muito menos uma obsessão.
Que a Morabéza-Festa do Livro seja um espaço não apenas de globalização, mas também, e sobretudo, de inclusão, de fruição e de assunção local (abrangente) da nossa literatura.
Para ser global, é fundamental que eu seja local. É que o global, sem o local, não existe. E o meu humanismo local é o melhor caminho para chegar ao humanismo global.
Ora, para mim, ser celebrado na Conchinchina, por exemplo, sem ser conhecido numa das nossas ilhas não é motivo para deslumbramento, mas sim para reflexão e de algum desconforto.
Morabeza - Festa do Livro de Cabo Verde
os, órgão de difusão científica da Cátedra Amílcar Cabral, na Uni-CV. Publicou dois romances: «Odju d’Agu» e «Diário das Ilhas». Deu ainda à estampa dez livros de ensaio e dezenas de artigos nas áreas da linguística e da cultura. Coordenou a edição da obra «Cabo Verde – Insularidade e Literatura», que foi traduzida em França para «Cap-Vert: Insularité et Litérature» (1998). Exerceu as funções de Ministro da Cultura entre 2004 a 2010. Foi diversas vezes condecorado pelos ex-Presidentes da República, pelos governos de José Maria Neves e de Ulisses Correia e Silva. Recebeu, por três vezes, o Prémio Língua Caboverdiana da Associação de Escritores Caboverdianos. Foi galardoado, em 2000, com o primeiro lugar do prémio do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa. É professor jubilado da Uni-CV desde outubro de 2014.
#MorabezaCaboVerde
Comentários
Responder12 h
Carlos Almeida Parabéns e tudo de bom.
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Responder6 h
Marie Päule De Pina beau.programme et c est intéressant de voir l évolution que connaît Cabo Verde.
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Ana Aguiar de Pina Parabéns e Sucessos!

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