quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Grinhassim Não" ou a Energia do Yes We Can"


 

Enquadramento:

Um compatriota amigo, leitor atento e assíduo do jornal Expresso das Ilhas, enviou a mim  e aos outros membros da Comissão Nacional para as Línguas, um artigo publicado naquele jornal, com a data de 13 de Junho de 2013, da autoria de Dulce Lush Ferreira Lima, com a recomendação de que se trata de um “...tipo de artigo que convém ser rebatido, pois arroga-se a foros de ponderação e cientificidade”.

Li o artigo e disse para os meus botões: não valerá a pena responder. A resposta poderá reacender a polémica à volta da problemática da língua caboverdiana e eu prometi a mim mesmo, nesses últimos tempos, canalizar as minhas energias  antes para acções de valorização da nossa língua materna do que para alimentar polémicas.

Reflectindo melhor, vi que o contraditório da articulista  merece uma resposta. Assim sendo, sem a tentação de me julgar no direito de possuir  toda a verdade,  gostaria de retomar as principais questões levantadas no artigo, em referência, e dar a minha versão dos factos, com base em dados concretos e observáveis, já que aprendi na academia que uma afirmação sem fundamento é como se não existisse.

Alinhamentos das questões e respostas:

1. Tratando-se da questão de padronização e de oficialização da língua caboverdiana, a articulista intitula o seu trabalho “Grinhassim, não”. Já no decorrer do artigo justifica dizendo:  “... corremos, pois, o risco, muito provável, de oficializar mas manter o status quo”. E, mais abaixo, remata: “... se há urgência, esta é a de adiar a oficialização do Caboverdiano. É o futuro linguístico que está em causa”. Concluindo, diz: “ Do alto dos seus mais de quinhentos anos, a Língua Caboverdiana obriga-nos a adoptar uma abordagem liberta de imediatismos e de triunfalismos”.

Gostaria de dizer à articulista que a máxima do “grinhasin, nãu” contrasta com toda a filosofia e a práxis de ousadia e de tenacidade que sempre caracterizaram a idiossincrasia caboverdiana, uma idiossincrasia que sempre apostou na energia criativa do “Yes, We Can”.

  Com efeito, sem essa energia criativa, os escravos fujões continuariam, hoje, escravos; o regime colonial estaria ainda em vigor; a independência continuaria um sonho; a queda do regime de partido único, a implantação da democracia, o advento da liberdade, seriam contos de fada.

Sem a energia criativa do “yes, we can”, a seca e a estiagem não conheceriam, em Cabo Verde, a era das barragens e dos mercados fartos em verduras e legumes. A emigração clandestina e forçada não haveria de conhecer a época de emigrantes empresários e investidores em Cabo Verde. Sem essa mesma energia criativa, os níveis de iliteracia, mais de 70% no tempo colonial, continuariam a aumentar, e a massificação do ensino e a proliferação de estabelecimentos de ensino básico, secundário e superior estariam, ainda, fora das nossas possibilidades.

Se o Cabo Verde de hoje é, de longe, diferente do Cabo Verde de ontem é porque aprendemos a não fazer do “grinhasin, nãu” a nossa pauta de conduta. Concordamos, no entanto, com a articulista quando afirma que “a nossa abordagem tem que ser liberta de imediatismos e de triunfalismos”. Porém, essa liberdade não deve pautar-se, indefinidamente por aquela máxima paralisante. Já no século XIX, intelectuais, como António Pusich e Lopes de Lima, diziam “grinhasin, nãu”, porque consideravam que o crioulo não tinha nem regra, nem gramática. O Ilustre António de Paula Brito, com o seu trabalho fundador da gramática da nossa língua e do nosso alfabeto (“Apontamentos para a Gramática do Crioulo que se Fala na Ilha de Santiago de Cabo Verde, 1888”) demonstrou o nosso “yes, we can”.

Também no século XX, intelectuais como João Miranda (1937) defendiam o “grinhasin, nãu” porque o crioulo, então considerado “enxada rudimentar”, face ao português, considerado “charrua aperfeiçoada”, deveria ser condenado como “crime de lesa evolução” (cf. O Liceu em Cabo Verde, de Maria Adriana de Carvalho, p. 396 e seguintes).

Insurgindo-se contra essa filosofia, Pedro Monteiro Cardoso, no então teatro Virgínia Vitorino, em 1933, afirmara: “«Em toda a parte estudam-se e cultivam-se os dialectos regionais; só em Cabo Verde é que aparecem uns ilustres pedagogos a denunciar o crioulo como trambolho, e se a mais não se atrevem é porque se podem levantar as pedras das calçadas».

Também Eugénio Tavares, um dos maiores paladinos do crioulo, contrariando os que diziam que o crioulo não tinha nem regras nem gramática, aproveita o nº 11 do Jornal O Manduco, de 1924, para, ironicamente, informar “aos ilustres pedagogos:  « Desde que não seja possível negar que o Cabo-verdiano pensa; e que dispõe de palavras para dizer o seu pensamento; e que usa de regras para a arrumação dessas palavras; e que, finalmente, tais palavras e regras constituem o resultado de uma colaboração de elementos associados na colonização – fica admitida a utilidade do estudo dessas palavras e regras, como elementos para o estudo da colonização. E se não me ilude a minha incompetência, esse estudo é que constitui a gramática».

Por tudo isto, a articulista poderá ver que por causa do “yes, we can”, hoje temos gramática escrita do crioulo, temos alfabeto aprovado, temos dicionários, temos romances, ensaios, livros de poemas, dissertações, teses académicas. Já há experiências válidas de ensino do crioulo em Cabo Verde e na diáspora.  Tudo isto ainda é pouco, mas se escudássemos na máxima “grinhassim, não”, ainda estaríamos no tempo de Lopes de Lima ou, então, de João Miranda que reclamam a proibição do crioulo, com argumentos de que o mesmo vai contra “a unidade do império”, entenda-se império português, que começava em Minho e terminava em Timor. Hoje, o argumento dos “grinhasin, nãu” diz que a padronização escrita do crioulo e a sua oficialização vão contra a unidade da Nação. Que blasfémia!

2. Não obstante, concordo com a articulista quando afirma que a “Literalização” deve ser   “um imperativo presente”. Percebi que quererá dizer com isto que a informação e a formação sobre a problemática da nossa língua materna deverão ser uma constante. Não posso deixar ainda de reconhecer que o processo que conduziu à institucionalização do alfabeto caboverdiano não foi a melhor. Houve insuficiência de informação, mas também houve manchas de desinformação e de regionalismo doentio que ainda persistem.  Por isso, sufrago a afirmação da articulista quando diz, falando dos estudos que conduziram a aprovação do alfabeto: “Se esse trabalho de grande qualidade técnica marca o ponto de partida do percurso para o Caboverdiano aceder ao estatuto de língua escrita, a sua socialização foi reveladora de uma comunicação deficiente”.

Ora, isto não significa que não houve esforço para prestar informações. Simplesmente, faltaram os recursos. A Comissão criada para a padronização do alfabeto, a que tive a honra de presidir, apresentou em 1994, logo após a entrega do relatório sobre as Bases do Alfabeto Unificado para a Escrita do Caboverdiano, uma outra proposta de como proceder-se para a sua implementação. Não houve seguimento de quem, na altura, decidia sobre a proposta apresentada e as exigências financeiras da mesma.

Apesar de tudo, com os meios disponíveis, e no seguimento do Colóquio Linguístico de 1979 e do Fórum de Alfabetização Bilingue de 1989, fizeram-se encontros-debates como o Colóquio Internacional de Estudos Crioulos de 2005, o Fórum sobre “Caminhos da Valorização da língua Caboverdiana – o Papel da Assembleia Nacional (3-4 de Julho de 2002); foram publicados alguns livros, na área de estudos gramaticais sobretudo, e na da divulgação de tradições orais. Divulgou-se o programa Finka-pé na RCV e o programa Alfabétu Kabuverdianu na TCV.  Publicaram-se as Actas do Colóquio Linguístico de 1979  e deu-se à estampa a Proposta das Bases do Alfabeto Unificado para a Escrita do Caboverdiano de 1994. Várias entrevistas aos órgãos de comunicação, no país e no estrangeiro, tiveram lugar; foi criado o prémio Pedro Cardoso para incentivar a produção na língua caboverdiana;  alguns diplomas governamentais, como o decreto-lei 67/98 que aprova, a titulo experimental, o Alfabeto Unificado para a Escrita do Caboverdiano, a Resolução 48/2005 que aprova a Estratégia para a Afirmação e Valorização da Línguas Caboverdiana, o Decreto-Lei 8/2009 que institui o Alfabeto Caboverdiano, A Resolução 47/2012 que cria a Comissão Nacional para as Línguas. O ensino do crioulo foi introduzido no Curso de Formação de Professores do Ensino Secundário desde 1980, mais tarde no ISE e, hoje, na Uni-CV. Foram realizadas semanas, encontros e debates sobre a Língua Caboverdiana, por ocasião do Dia Internacional das Línguas Maternas celebrado a 21 de Fevereiro de cada ano; diversos ateliers, no país e na diáspora, sobre a problemática do crioulo, foram organizados.

Tudo isto é pouco e não foi suficiente para cobrir as lacunas de informação existentes, porém não deve ser ignorado todo o esforço feito e nem tão-pouco  se deve deixar a tarefa de informar apenas nas mãos do Estado. A informação procura-se e é um acto de cidadania dá-la, mas também recebê-la.

3. A articulista considera a “Padronização” como  “um pretérito imperfeito” e uma “questão que mais divide a opinião pública”. E isto porque, subjacente à padronização  existe “a opção pela variante de Santiago, implicitamente, tomada como referência”. Continuando, afirma: “Quando, inicialmente, se faz depender a unificação gráfica da opção por um dos dialectos como padrão, uma larga faixa da população, da inteligentsia ao cidadão comum, reage com desconfiança e vê um objectivo dissimulado que seria o de diferenciar uma variante (a de Santiago) para a transformar em língua nacional”.

Continuando, diz que “a padronização é uma construção, não é natural nem será espontânea – donde a necessidade de critérios objectivos e explícitos”.

Prosseguindo, afirma que “O critério histórico-linguístico, por exemplo, levantará questões como: - qual o dialecto mais representativo, desse ponto de vista? O de Santiago, onde o Crioulo terá tido origem, a partir de línguas africanas em contacto com o Português, pelo que essa primeira versão será a matriz que se desdobrou em módulos periféricos? Ou o de São Vicente que, na sua qualidade histórica de Crioulo Caboverdiano de segunda geração, se elaborou a partir da activação de ocorrências inovadoras as quais contribuíram para a emergência de uma estrutura com maior autonomia relativamente às línguas-base?”

O Posicionamento da articulista contido nesta parte da sua exposição merece os seguintes comentários da minha parte: muito mais do que “um pretérito imperfeito”, a padronização  é “um presente contínuo”. Com efeito ela acontece desde o século XVII quando o crioulo começou a existir como língua. E manifesta-se de duas maneiras:  informalmente, através do consenso linguístico dos utentes do crioulo; formalmente, pela actuação da política linguística.

Devo esclarecer que até este momento, a intervenção dos poderes públicos se restringiu à harmonização do alfabeto. Porém, a padronização linguística extravasa o alfabeto e a própria escrita. Assim, o problema criado é um fantasma. Não existe ainda nenhuma orientação relativamente à padronização linguística fora da área do alfabeto. Mas a padronização está acontecendo por via informal. É assim que, por exemplo, na Capital do País, a acentuação paroxítona dos verbos, por influência das outras ilhas  (tanto as do Norte como as restantes do Sul, está a tornar-se oxítona ( “kumê, skrevê, levantá, nadá...) em vez da acentuação paroxítona ( “kume, skrebe, labanta, nada”), com acento tónico na penúltima sílaba. De igual modo, na Capital, onde a presença dos caboverdianos provenientes das outras ilhas é significativa, a sonorização de consoantes surdas é um facto inegável ( “kaza, kazamentu, oji”)  no lugar das realizações surdas (“kasa, kasamentu, oxi”). Do ponto de vista lexical, assistimos à entrada de expressões do Norte que começaram a entrar no vocabulário badio citadino: “diazá, pa frónta, pa xuxú...”). Se eu disser, hoje, na Praia: “diazá, N ka odja-bu; kel minina la é bunita pa frónta”, ninguém, na Capital, me dirá que estou a falar o crioulo com interferências do Norte.

E se todas essas interferências se alargarem e se transformarem em hábitos linguísticos,  a padronização acontece tranquila e informalmente.  Informalmente, ainda, a padronização pode acontecer através da criação literária e artística.  Daí que o crioulo com maior dinamismo criativo será aquele que mais vai contribuir para a padronização. A padronização formal vai acontecer não por decreto, mas sobretudo quando o ensino alargado do crioulo acontecer. E isto porque o professor, querendo ou não será forçado a fazer mais uso da variante em que é mais competente. E o crioulo que veicula tenderá a informar e enformar a norma.

Quanto à questão, segundo a qual existe “a opção pela variante de Santiago, implicitamente, tomada como referência”, é apenas uma presunção dos que tem complexo frente à pujança desta variante. É certo que no colóquio de 1979 vozes autorizadas do Norte do arquipélago defenderam a primazia do badio como variante de base no processo de padronização do crioulo. E isto, talvez, influenciados por Baltasar Lopes da Silva que, no Prefácio  à Aventura Crioula, de Manuel Lopes, escreve: “... o falar  do grupo de Sotavento é, a meu ver, o mais adequado ... para o tratamento literário.  Mais abaixo  continua: “... me parece que o crioulo padrão para o uso literário se há-de fixar, partindo da base fonética do falar de Sotavento”.

 Porém, essa proposta de Baltasar Lopes, apesar de relevante,  nunca chegou  a ser ratificada oficialmente e,  hoje,  eu próprio, por uma questão de respeito pela diversidade cultural, defendo que a unificação linguística deve ter em conta todas as variantes, com um eixo Sul, à volta de Santiago; um eixo Norte, à volta de S. Vicente, e um eixo Norte/Sul à volta dessas duas variedades, em estreita cooperação com as particularidades pertinentes, enriquecedoras e representativas de todas as variantes.

Concordo com a articulista quando diz que deve haver “critérios objectivos e explícitos” para a padronização formal. A mim me parece que a padronização vai acontecer mesmo que a definição desses critérios sejam reportados para mais tarde.  É que a língua é viva, e ninguém pode retirar-lhe essa liberdade intrínseca de atrair neologismos e de registar arcaísmos.

A articulista deixa entender que há uma tentação (para não dizer determinação) na sobreposição da variedade de Santiago que veio desde o tempo da escravatura quando se sabe (deixa ela entender) que o crioulo verdadeiramente caboverdiano é o de S. Vicente. Nada mais falso. O crioulo de Santiago é tão caboverdiano como o de qualquer outra ilha e com a vantagem de ser mais e melhor estudado, de possuir maior número de locutores, de ser a matriz de todas as outras variantes e, sobretudo, de exibir uma autonomia estrutural muito mais visível e demonstrável que, por exemplo o de S. Vicente.  E se a articulista não estiver de acordo, eu convido-a a fazermos um estudo linguístico analítico e comparativo de duas obras significativas para  ambas as ilhas e para todo o Cabo Verde: Odju d’Agu e Vangêle Contód de Nos Móda. Com esse estudo, sem dúvida vai ficar demonstrado que não corresponde a verdade  a afirmação, segundo a qual,  a variedade de S. Vicente possui “uma estrutura com maior autonomia relativamente às línguas-base”. E, com esse estudo, cairia também por terra o “achismo”  dos pseudo-mestres e emergiria a verdade objectiva.

4.  Na última parte do artigo afirma-se a “Oficialização como sendo  um condicional futuro”. Na minha perspectiva, a “oficialização” sem deixar, ainda, de ser um condicional futuro, é também “um presente contínuo”. Esta é a razão por que, desde 1999, se vem defendendo a “oficialização em construção” e a edificação paulatina de um real bilinguismo que ficou explícita  nas conclusões do recente Fórum Parlamentar por um Bilinguismo Social, realizado de 17 a 18 de Maio de 2013. Este “presente contínuo” tem expressão  e assento constitucional no artigo 9º da Carta Magna quando na alínea 2) diz: “O Estado promove as condições para a oficialização da língua materna cabo-verdiana, em paridade com a língua portuguesa;  alínea 3): Todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais e o direito de usá-las”.  Note-se que o articulado é categórico. Não usa nem o futuro (promoverá), nem o condicional ( se...). Diz  “promove...”, no presente.

Dizer que “a oficialização teria  “(...) o efeito perverso de atribuir à Língua Caboverdiana uma função acessória e um lugar secundário no ambiente linguístico nacional” é uma conclusão aleatória e infundada.  Esta, sim, talvez seja um “condicional futuro desejado” pelos que  querem  continuar a ver apenas o português como “charrua aperfeiçoada”e o crioulo eternamente como “enxada rudimentar”.

O crioulo oficializado será aquilo que nós quisermos. E se, informalmente, ele tem tanta força  na comunicação  e na criatividade artística, a ponto  de enervar  “os ilustres pedagogos” que nele vêm uma ameaça para o português, como poderá ele perder esse dinamismo quando se tornar, de facto, oficial, a ponto de  passar a ter “uma função acessória e um lugar secundário no ambiente linguístico nacional”?. Até parece uma contradição, salvo o devido respeito.

Propositadamente, deixei para o fim a saga do “kapa”, considerado pela articulista e pelos opositores do ALUPEC como um fantasma que teria  “ofendido” os caboverdianos na sua dignidade, por considerarem que ele é africano, enquanto o nosso alfabeto deveria ser latino.

Ora, o “kapa”está presente no alfabeto caboverdiano desde 1888, com a proposta de António de Paula Brito. Ele, ainda, está presente no alfabeto inglês e alemão. A própria língua portuguesa utiliza-o para representar o símbolo quilograma,  por exemplo, 5 kg de carne e palavras ou nomes estrangeiros como kwanza; o novo acordo ortográfico da língua portuguesa introduziu o “k” no alfabeto.  Também é internacionalmente usado para representar o símbolo do potássio. Curiosamente, o inglês escreve “kiss, kindness, king” para significar “beijo, amabilidade, rei”. Nem para eles, nem para os opositores do ALUPEC o “k” de “kiss, kindness, king” é africano.  Já em “kretxeu”, ele seria africano”. Onde está a lógica. Mas admitamos que seja africano. O que de mal ou de depreciativo haveria nisso se uma das matrizes da crioulidade vem de África? Será que aceitar a nossa história  e as nossas origens nos diminuem como povo e como cidadãos?

Mais uma razão para dizermos “ki óra dja txiga pa nu ruspeta nos kabésa, nos língua y nos identidadi si nu krê pa mundu ruspeta-nu”. Ou será que “grinhasin” não devemos, ainda, valorizar a nossa história, a nossa língua, a nossa cultura, a nossa idiossincrasia, o que somos e o que nos identifica? Esqueçamos o totalitarismo do “grinhasin, nãu” porque o que de facto, com lucidez e ponderação, nos interessa e sempre nos interessou é a energia do “Yes, We Can”, uma energia que sabe medir os riscos e aproveitar  as oportunidades, sem nunca fugir aos desafios.

                                                                                                   Julho de 2013, Manuel Veiga

  

Sem comentários:

Enviar um comentário