sábado, 10 de março de 2012

A Cultura: Uma Atitude Ética e Estética


A cultura é o rosto do humanismo, é a atitude ética e estética diante do real. A forma como organizamos, interpretamos, concebemos, criamos e realizamos o nosso estar no mundo tem o selo e a marca da nossa cultura.

Em Cabo Verde, a cultura é, pois, uma atitude face ao mundo que nos rodeia, que nos interpela, que nos provoca e que nos alicia à criatividade, à transformação, à inovação. Ela é o melhor recurso do nosso e para o nosso desenvolvimento.

Com muita propriedade, os caboverdianos consideram-na como o seu diamante mais precioso. Aliás, sendo Cabo Verde um «país de rocha e de mar», a sua cultura é uma flor que perfuma e que encanta tanto os residentes como os visitantes.

É a ética e a estética do nosso ser e existir que humanizam e internacionalizam a nossa relação com o lado de lá e com o lado de cá da linha do horizonte.

Assumidamente, somos crioulos, crioulos de Cabo Verde. É essa antropologia que nos confere a alma e a sensibilidade do universo, não numa postura postiça, mas antes numa recriação ética e estética. Daí a razão por que o caboverdiano, em qualquer parte do mundo tenha uma capacidade invejável de integração; daí a razão ainda por que qualquer estrangeiro em Cabo Verde se sinta acolhido e atraído por uma cultura tolerante e que, em vários aspectos, não lhe é estranha.

Da música à literatura, das letras às artes, da história ao património, da língua às tradições, do teatro ao artesanato, da gastronomia aos hábitos e costumes, da dança aos ritmos de trabalho, do batuque à morna, coladeira e funaná, da tabanca ao carnaval, do colá S.Jon às festas de romaria,  da ética da razão à estética do coração – tudo o que se faz em Cabo Verde tem a cumplicidade do humanismo, tem a marca do local, tem a sinergia do universal.

O investidor, o turista, o visitante, mas também o habitante encontram em Cabo Verde a oportunidade ética e estética de negócios, o lazer sadio e criativo de umas férias atractivas e reconfortantes, o acolhimento amigo, tolerante  e respeitador da diferença.

Cabo Verde não é um jardim só de maravilhas, mas certamente é uma terra de «marabéza» onde a cultura, formada e formatada na escola da ética e da estética, é a melhor ferramenta não só para o mundo dos negócios, mas também no campo do lazer e da qualidade de vida.

Estamos abertos ao mundo,  à inovação, à competitividade e à transformação porque temos uma cultura dialogante e criativa, com um «pensar global e um agir local».

Manuel Veiga
Ministro da Cultura

Março de 2007

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