sexta-feira, 9 de maio de 2014

Parabéns antecipados ao Hélio Cruz

Caro Hélio, Só não é criticado quem não faz nada. Quem, como o Hélio, trabalha e apresenta resultados vê a crítica sem ódio, mas também sem subservência. Se ela tiver razão de ser, tira-se a devida lição. Se ela não tiver razão de ser, pedagogica e fraternalmente, damos o tempo ao tempo para que quem nos critica cresça e tire, ele também, as devidas lições. Eu tive um grande prazer em ler a bonita expressão de Barlavento moldada, poética e criativamente por Hélio Cruz, no alfabeto caboverdiano aprovado. Só por isso, e não é pouco, o Hélio já entrou na história da escrita, em Cabo Verde. Da minha parte, só me resta felicitá-lo e agradecer-lhe por essa bela oportunidade que me deu. Um dia, quando a tempestade passar e as nuvens que ainda insisstem em toldar o ambiente das ilhas desaparecerem, o Hélio terá o merecido reconhecimento do seu povo. Nessa altura, talvez eu esteja já numa outra dimensão. Por isso, eu que desgustei o sabor da sua poesia e da sua escrita, quero, aqui e agora, acompanhá-lo, não tanto num cálice de champanhe ou "porto de honra", mas sobretudo num "fogu de morabéza" ou, melhor ainda, num "monte kara: nos sertéza".

quinta-feira, 1 de maio de 2014

PIRES e O Compromisso com Cabo Verde

Pires e o COMPROMISSO COM CABO VERDE, através do trabalho, da afectividade, do respeito, do reconhecimento e da magnanimidade. Ontem, fui ao lançamento de O MEU COMPROMISSO COM CABO VERDE, no quadro do 80º aniversário de Pedro Pires. Considero que foi um momento de elevação da nossa história. Cabo Verde se orgulha de ter um filho com esta estatura moral, intelectual e política. Sempre admirei o Pires, mas não sabia que também ele nutria uma certa admiração para com a minha pessoa. Hoje, logo pela manhã, alguém telefonou-me a dizer se tinha lido, no número 347 de A Nação, a declaração do Comandante, a meu respeito. Não tinha lido, ainda. Senti-me deveras recompensado. Já tinha experimentado essa recompensa pela condecoração com a ordem do Vulcão que ele me atribuiu em Julho de 2009 e, ainda, pelas declarações feitas quando deixei de exercer a pasta da Cultura (ver PIRES 2014:174, O Meu Compromisso com Cabo Verde, vol. II). Eu que nunca disse o que pensava de Pires, hoje sinto a obrigação moral de o fazer, não por simples obrigação mas sobretudo pela necessidade imperiosa de manifestar-lhe o meu reconhecimento. Pires é, para mim, uma pessoa referência, um homem de palavra e de causas, um amigo discreto, mas presente. Profissionalmente, ele nunca foi o meu chefe directo. Mas, como Primeiro-Ministro e como Presidente da República, tinha que ser, ainda que indirectamente, o meu chefe. Acreditem que o meu relacionamento com ele nunca foi de subordinação. Nunca cheguei a ver nele um chefe autoritário, cego pela arrogância do poder. Pelo contrário, O que me impressionava e impressiona ainda é a sua aura de afectividade, de respeito, de reconhecimento e de estímulo. Mais do que um chefe, ele é um companheiro que não ignora um conselho amigo e frontal, sempre que necessário, mas também sempre com respeito pela pessoa humana. Obrigado meu COMANDANTE por me ter ensinado que a grandeza não está nos galões, mas sobretudo no valor do trabalho, na afectividade, no respeito, no reconhecimento e na magnanimidade. A hombridade manda-me dizer que nas eleições presidenciais de 2001 não votei nele na primeira volta porque ele não se manifestou logo e, como homem de palavra, tive que honrar o meu compromisso com uma outra candidatura. Na segunda volta, não só fiz campanha a seu favor como votei nele. Esta minha atitude, curiosamente, não foi censurada, em momento nenhum pelo Pedro Pires. Porém, alguns companheiros da mesma trincheira que eu não aprovaram a minha atitude e, sem sucesso, tentaram criar-me alguns problemas. Para mim, esta foi mais uma prova de magnanimidade de Pires. Obrigado, meu COMANDANTE.