segunda-feira, 7 de março de 2022

O MANDAMENTO DA VIDA

 

Não Matarás (Exodo20:13)

 

A vida é um dom divino, a maior bênção que a natureza concedeu à Humanidade. Ninguém tem o direito de ir contra o mandamento da vida que ordena: “não matarás”.

Desde o berço, na escola da família, aprendi o valor desse mandamento. Mais tarde, o Seminário reforçou em mim o valor desse mandamento. A experiência de vida sempre me ensinou que a VIDA é o Bem Maior, que respeitar a do outros é condição para eu viver em paz.

O que a escola da vida me ensinou, e aprendi com distinção, está sendo posto em causa, em algumas partes do mundo, particularmente na UCRÂNIA, com a invasão russa de 24 de Fevereiro.

É caso para perguntar:  O Presidente Putim não recebeu o magistério do HUMANISMO na família, na escola de vida e nas curvas da política? Será que ele não tem nem razão, nem sentimento, nem coração? Será que tem capacidade de amar, de respeitar e de solidarizar-se com quem quer que seja, mesmo ratando-se da sua família, do seu povo, para não dizer a Humanidade? Se a resposta for negativa é caso para dizer que o seu próprio inferno já atingiu a expressão máxima.

Diante desse inferno que criou na Ucrânia, será capaz de dormir tranquilamente como se nada tivesse acontecido? Aquele seu ar fúnebre, frio e sereno, diante das câmaras, não será fingido?

Qualquer que seja as suas razões, haveria sempre outros mecanismos para a resolução de conflitos, que não o de matar, o de transformar uma nação inteira numa fogueira de destruição (da vida e de equipamentos sociais).

E quem vai repara essa desinteligência belicista, e com que meios?

Eu que sou sempre grato ao povo russo (ele também vítima da desinteligência do seu Presidente) pelo apoio que deu à luta de libertação nacional e pelo grande número de bolsas de estudo a favor da juventude africana, em geral, e cabo-verdiana, em particular, não posso deixar de condenar, vivamente, a invasão da Ucrânia, e solidarizar-me com a bravura dos militares ucranianos, com a luta dos que se encontram nos abrigos a fugir das bombas, bem como com a resiliência de quantos procuram a paz em outros países, ou enfrentam a guerra com sentido patriótico.

Devo felicitar a solidariedade europeia que abriu as suas fronteiras a todos os refugiados da guerra. 

Do governo da Rússia espero que, depois de descobrir a razão da sua desinteligência, ponha à disposição dos ucranianos os meios necessários para a reconstrução do país.

Do mundo inteiro que sofreu  e sofre com a aberração dessa guerra espero que, em nome do humanismo, perdoe a irracionalidade do Presidente russo, já que no tribunal da sua própria consciência a reparação, seguramente, terá lugar. É que a Natureza é Justa, és Sábia, é Educadora.

A todos desejo uma santa PAZ, nesta QUARESMA DA REISSUREIÇÃO.

Praia, 7/03/2022