Não Matarás (Exodo20:13)
A vida é um dom divino, a
maior bênção que a natureza concedeu à Humanidade. Ninguém tem o direito de ir
contra o mandamento da vida que ordena: “não matarás”.
Desde o berço, na escola
da família, aprendi o valor desse mandamento. Mais tarde, o Seminário reforçou
em mim o valor desse mandamento. A experiência de vida sempre me ensinou que a
VIDA é o Bem Maior, que respeitar a do outros é condição para eu viver em paz.
O que a escola da vida me
ensinou, e aprendi com distinção, está sendo posto em causa, em algumas partes
do mundo, particularmente na UCRÂNIA, com a invasão russa de 24 de Fevereiro.
É caso para perguntar: O Presidente Putim não recebeu o magistério do
HUMANISMO na família, na escola de vida e nas curvas da política? Será que ele
não tem nem razão, nem sentimento, nem coração? Será que tem capacidade de
amar, de respeitar e de solidarizar-se com quem quer que seja, mesmo ratando-se da
sua família, do seu povo, para não dizer a Humanidade? Se a resposta for
negativa é caso para dizer que o seu próprio inferno já atingiu a expressão
máxima.
Diante desse inferno que
criou na Ucrânia, será capaz de dormir tranquilamente como se nada tivesse
acontecido? Aquele seu ar fúnebre, frio e sereno, diante das câmaras, não será
fingido?
Qualquer que seja as suas
razões, haveria sempre outros mecanismos para a resolução de conflitos, que não
o de matar, o de transformar uma nação inteira numa fogueira de destruição (da
vida e de equipamentos sociais).
E quem vai repara essa
desinteligência belicista, e com que meios?
Eu que sou sempre grato
ao povo russo (ele também vítima da desinteligência do seu Presidente) pelo
apoio que deu à luta de libertação nacional e pelo grande número de bolsas de
estudo a favor da juventude africana, em geral, e cabo-verdiana, em particular,
não posso deixar de condenar, vivamente, a invasão da Ucrânia, e solidarizar-me
com a bravura dos militares ucranianos, com a luta dos que se encontram nos
abrigos a fugir das bombas, bem como com a resiliência de quantos procuram a
paz em outros países, ou enfrentam a guerra com sentido patriótico.
Devo felicitar a
solidariedade europeia que abriu as suas fronteiras a todos os refugiados da
guerra.
Do governo da Rússia espero
que, depois de descobrir a razão da sua desinteligência, ponha à disposição dos
ucranianos os meios necessários para a reconstrução do país.
Do mundo inteiro que
sofreu e sofre com a aberração dessa
guerra espero que, em nome do humanismo, perdoe a irracionalidade do Presidente
russo, já que no tribunal da sua própria consciência a reparação, seguramente,
terá lugar. É que a Natureza é Justa, és Sábia, é Educadora.
A todos desejo uma santa
PAZ, nesta QUARESMA DA REISSUREIÇÃO.
Praia, 7/03/2022