Em saudação
a todos o poetas caboverdianos e do mundo, neste dia em que toda a PALAVRA
deveria ser uma semente de POESIA, e porque a SOCA, poeticamente, decidiu
organizar um pôr-de-sol poético, na Cidade Velha, berço da nacionalidade, onde
alguns escritores, pela primeira vez, receberão direitos autorais que recairam
sobre a sua obra, achei que seria uma homenagem à poesia e à Cidade Velha
recordar e socializar, convosco, o poema REGRESSO,
de Amílcar Cabral:
"Mamãe
Velha, venha ouvir comigo
O bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
Que vibra dentro do meu coração
O bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
Que vibra dentro do meu coração
A chuva
amiga, Mamãe Velha, a chuva,
Que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha
– a ilha toda –
Em poucos dias já virou jardim...
Que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha
– a ilha toda –
Em poucos dias já virou jardim...
Dizem que o campo se cobriu de verde
Da cor mais bela porque é a cor da esp’rança
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
– É a tempestade que virou bonança...
Da cor mais bela porque é a cor da esp’rança
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
– É a tempestade que virou bonança...
Venha comigo, Mamãe Velha, venha
Recobre a força e chegue-se ao portão
A chuva amiga já falou mantenha
E bate dentro do meu coração!"
Recobre a força e chegue-se ao portão
A chuva amiga já falou mantenha
E bate dentro do meu coração!"
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