Caro Abel Djassi,
Há dias, vi no Púlpito um questionamento seu, a propósito da elaboração da História-Geral de Cabo Verde, por um equipa binacional (Cabo Verde e Portugal).
O post desapareceu e não pude comentá-lo. Como sabe, eu estive na origem desse projecto, como se pode verificar na Nota Prévia do I Volume. Foi uma estratégia positiva a ideia da equipa mista. Na altura, seria difícil o acesso aos arquivos portugueses, estando os portugueses de fora. Essa estratégia permitiu a publicação dos três volumes, mas também de dois volumes de Corpus Documentais existentes nos arquivos portugueses. Existem outras fontes, como o Abel Djassi faz referência. Isto não invalida o trabalho feito e que pode ser criticado, enriquecido ou mesmo contrariado por outras fontes e por outros autores.
O processo que conduziu à elaboração da Historia-Geral de Cabo Verde tem uma história. Um dia essa história será contada. Basta dizer que o projecto esteve sobre o fio da navalha. O mesmo foi ao Conselho de Ministros porque havia nacionalismos exacerbados que entendiam que a história de Cabo Verde só deveria ser escrita por caboverdianos e havia uma outra posição, na qual eu me incluo, que entendia que a história de Cabo Verde podia ser escrita por qualquer equipa de historiadores sérios e competentes.
No Conselho de Ministros acima referido, o então Primeiro-Ministro, Pedro Pires teria afirmado que (cito de cor): "ou esperamos cinquenta anos e reunimos todas as condições para a elaboração da história de Cabo Verde, ou então corremos o risco e iniciamos o processo com uma equipa binacional". O então Presidente da República, Aristides Pereira, tomou a palavra e disse: "então corremos o risco e começamos desde agora".
Gostaria di dizer obrigadao a Pedro Pires e a Aristides Pereira pela lucidez e pela coragem, numa altura em que o nacionalismo estava ao rubro.
Eu parabenizo, também, a equipa binacional pelo trabalho feito. Nada é perfeito. Quem pode fazer melhor, nas actuais circunstâncias, terá já o contributo dessa equipa. Na história, nada é definitivo, e creio também que nada é perfeito.
'Penso ser melhor fazer e corrigir depois do que não fazer nada.
O post desapareceu e não pude comentá-lo. Como sabe, eu estive na origem desse projecto, como se pode verificar na Nota Prévia do I Volume. Foi uma estratégia positiva a ideia da equipa mista. Na altura, seria difícil o acesso aos arquivos portugueses, estando os portugueses de fora. Essa estratégia permitiu a publicação dos três volumes, mas também de dois volumes de Corpus Documentais existentes nos arquivos portugueses. Existem outras fontes, como o Abel Djassi faz referência. Isto não invalida o trabalho feito e que pode ser criticado, enriquecido ou mesmo contrariado por outras fontes e por outros autores.
O processo que conduziu à elaboração da Historia-Geral de Cabo Verde tem uma história. Um dia essa história será contada. Basta dizer que o projecto esteve sobre o fio da navalha. O mesmo foi ao Conselho de Ministros porque havia nacionalismos exacerbados que entendiam que a história de Cabo Verde só deveria ser escrita por caboverdianos e havia uma outra posição, na qual eu me incluo, que entendia que a história de Cabo Verde podia ser escrita por qualquer equipa de historiadores sérios e competentes.
No Conselho de Ministros acima referido, o então Primeiro-Ministro, Pedro Pires teria afirmado que (cito de cor): "ou esperamos cinquenta anos e reunimos todas as condições para a elaboração da história de Cabo Verde, ou então corremos o risco e iniciamos o processo com uma equipa binacional". O então Presidente da República, Aristides Pereira, tomou a palavra e disse: "então corremos o risco e começamos desde agora".
Gostaria di dizer obrigadao a Pedro Pires e a Aristides Pereira pela lucidez e pela coragem, numa altura em que o nacionalismo estava ao rubro.
Eu parabenizo, também, a equipa binacional pelo trabalho feito. Nada é perfeito. Quem pode fazer melhor, nas actuais circunstâncias, terá já o contributo dessa equipa. Na história, nada é definitivo, e creio também que nada é perfeito.
'Penso ser melhor fazer e corrigir depois do que não fazer nada.
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