sexta-feira, 12 de setembro de 2014

RIOLU DI KABUVERDI KONKISTA MÁS UN SPASU DI OFISIALIDADI


(facebook 11.8.140)

 

Na un inisiativa di Society for Pidgin and Creole Linguistics, di Society  for Caribbean Linguistics  y di Associação de Crioulos de Base Lexical Portuguesa e Espanhola realiza, na Aruba, di 5-8 di Agostu di 2014, un Konferénsi Internasional ku siginti tema: “The Caribbean Today: Language Awareness and Language Developement”.

Na es konferénsia, pa purmeru bês, na un palku internasional multilingi, kriolu di Kabuverdi foi, djuntu ku papiamentu y ku inglês, língua di konferénsia.

Komu raprizentanti di Kabuverdi, nu aprizenta un komunikason sobri “Kaminhus di Valorizason di Kriolu na Kabuverdi”. Pa alén di spozison oral na kriolu, tinha dôs painel jiganti ku testu na kriolu y na inglês.

Kriolu - ki dja sta na spasu di ofisialidadi na komunikason sosial; na spots publisitáriu; na majistériu (Uni-CV y skólas pilotu); na Parlamentu Kabuverdianu; na investigason; na literatura; na kultura  y arti; na diskursus,  konferénsias y paléstras na Kabuverdi; na ONU, ku diskursu di Purmeru-Ministru - konkista un nobu spasu di ofisiaidadi na TRIBUNA INTERNASIONAL di Aruba.

Es akontisimentu é stóriku y e ka podeba pasa dispersebidu. Nu ta agradise organizasons di konferénsia, mas sobritudu nu ta agradise organizason lokal: drs. Joyce Pereira, Ramon Dandaré, Ruby Eckmeyer, Williams...

Pa Merlynne Williams un obrigadu muitu spesial, dja  ki foi el ki traduzi nos komunikason pa inglês y fase razumu pa papiamentu di “charla” organizadu na Bibliotéka di Aruba.

Pa nhos tudu un grandi obrigadu – pa “boso tur masha danki”.

Nu krê rasalta, inda, ma tudu koruspondénsia trokakadu, y ki pirmiti nos partisipason na konferénsia, foi na papiamentu (di ses parti) y na kriolu (di nos parti). Kel-li ta da ideia di aprosimason ki ten entri kabuverdianu y papiamentu, na un persentájen ki debe txiga 50%.

Manuel Veiga

Celebração do XX aniversário do Projecto da Rota de Escravos




A convite da Senhora Embaixadora de Cabo Verde em França, tomei parte, ontem, dia 10/09/14, nas comemorações do XX aniversário do projecto da Rota de escravos, na sede da UNESCO, em Paris.

Foi emocionantes os diversos testemunhos sobre essa Rota, um momento dramático e horrendo que a história deve registar e a que a humanidade não deve ficar indiferente. O mundo foi formatado por essa tragédia e hoje as repercussões são visíveis nos mais diversos quadrantes do globo. O humanismo exige a reposição dessa consciência e o restabelecimento da justiça.

Infelizmente, a consciência desse drama, os males que provocou e a justiça que reclama continuam, teimosamente, a ser ignorados e, muitas vezes, marginalizados ou, até, em muitos casos, desprezados.

Na mesa-redonda, ouvi um testemunho que me fez pensar no contexto caboverdiano. Um jovem das Caraíbas disse : « je suis, moi-même, raté, du point de vue de mon histoire et de mon education ». Confessou que a história que lhe ensinaram e muitos aspectos da educação que recebeu só contribuíram para aumentar a sua alienação.

Sem me dar conta, dei-me comigo a pensar com os meus próprios botões : A consciência da alienação já é um sinal de autenticidade no horizonte. A pior alienação é quando nem sequer temos a consciência da nossa própria alienação. Pensem nisto.

Na mesa-redonda, pude falar da caboverdianidade como um resultado eloquente da Rota de escravos, destaquei a importância da inscrição da Cidade Velha na Lista de Património  Mundial e advoguei para que  o projecto da Morna, como candidata a Património Mundial venha a ter o sucesso merecido e desejado, tudo isto em nome do reconhecimento da Rota de escravos em Cabo Verde, por nós mesmos, mas também pela comunidade internacional.

90º Aniversário de Amícar Cabral


“Hoje, 12 de Setembro, celebramos o 90º aniversário daquele que um dia dissera: “sou um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo”. Neste dia memorável, eu que não pude participar na epopeia da Luta de Libertação, queria dizer obrigado a Amílcar Cabral e aos seus companheiros da longa e penosa jornada que criou as condições para a conquista da Independência e para o restabelecimento da dignidade do nosso povo, uma Independência que nos trouxe a liberdade e a democracia, faltando apenas a conquista de uma maior densidade de inclusão social.

Em Cabo Verde, há a liberdade até para dizer que o Humanismo de Cabral é “uma ditadura” ou, o que é anticientífico, seria uma ditadura se estivesse ainda vivo.

Sempre ouvi dizer que a ignorância é atrevida e que a maior alienação é quando nem sequer temos consciência da nossa própria alienação Infelizmente isso acontece em Cabo Verde. Se assim é, a conclusão que se pode tirar é que há a necessidade cada vez mais premente do legado humanístico de Cabral ser mais investigado, melhor interpretado, mais estudado, mais divulgado.

A Cátedra Amílcar Cabral que dirijo partilha, com outras instituições, essa missão. É preciso que o sistema do ensino e o da cultura cumpram o seu papel quanto ao ensino, à investigação e à divulgação da nossa história.

Que o 90º aniversário natalício de Cabral traga a Cabo Verde maior consciência e maior compromisso com a nossa história e com a nossa cultura.

Cabral saldou, intensa e magnanimamente, a sua dívida para com o seu povo.  A nós o dever de saldar a nossa dívida para com Cabral e para com a nossa história. Não tenho dúvidas que essa será a melhor forma de festejarmos o nosso humanismo, o melhor presente de aniversário que podemos oferecer a Cabral”.

 

Saudações académicas  Manuel Veiga

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Parabéns antecipados ao Hélio Cruz

Caro Hélio, Só não é criticado quem não faz nada. Quem, como o Hélio, trabalha e apresenta resultados vê a crítica sem ódio, mas também sem subservência. Se ela tiver razão de ser, tira-se a devida lição. Se ela não tiver razão de ser, pedagogica e fraternalmente, damos o tempo ao tempo para que quem nos critica cresça e tire, ele também, as devidas lições. Eu tive um grande prazer em ler a bonita expressão de Barlavento moldada, poética e criativamente por Hélio Cruz, no alfabeto caboverdiano aprovado. Só por isso, e não é pouco, o Hélio já entrou na história da escrita, em Cabo Verde. Da minha parte, só me resta felicitá-lo e agradecer-lhe por essa bela oportunidade que me deu. Um dia, quando a tempestade passar e as nuvens que ainda insisstem em toldar o ambiente das ilhas desaparecerem, o Hélio terá o merecido reconhecimento do seu povo. Nessa altura, talvez eu esteja já numa outra dimensão. Por isso, eu que desgustei o sabor da sua poesia e da sua escrita, quero, aqui e agora, acompanhá-lo, não tanto num cálice de champanhe ou "porto de honra", mas sobretudo num "fogu de morabéza" ou, melhor ainda, num "monte kara: nos sertéza".

quinta-feira, 1 de maio de 2014

PIRES e O Compromisso com Cabo Verde

Pires e o COMPROMISSO COM CABO VERDE, através do trabalho, da afectividade, do respeito, do reconhecimento e da magnanimidade. Ontem, fui ao lançamento de O MEU COMPROMISSO COM CABO VERDE, no quadro do 80º aniversário de Pedro Pires. Considero que foi um momento de elevação da nossa história. Cabo Verde se orgulha de ter um filho com esta estatura moral, intelectual e política. Sempre admirei o Pires, mas não sabia que também ele nutria uma certa admiração para com a minha pessoa. Hoje, logo pela manhã, alguém telefonou-me a dizer se tinha lido, no número 347 de A Nação, a declaração do Comandante, a meu respeito. Não tinha lido, ainda. Senti-me deveras recompensado. Já tinha experimentado essa recompensa pela condecoração com a ordem do Vulcão que ele me atribuiu em Julho de 2009 e, ainda, pelas declarações feitas quando deixei de exercer a pasta da Cultura (ver PIRES 2014:174, O Meu Compromisso com Cabo Verde, vol. II). Eu que nunca disse o que pensava de Pires, hoje sinto a obrigação moral de o fazer, não por simples obrigação mas sobretudo pela necessidade imperiosa de manifestar-lhe o meu reconhecimento. Pires é, para mim, uma pessoa referência, um homem de palavra e de causas, um amigo discreto, mas presente. Profissionalmente, ele nunca foi o meu chefe directo. Mas, como Primeiro-Ministro e como Presidente da República, tinha que ser, ainda que indirectamente, o meu chefe. Acreditem que o meu relacionamento com ele nunca foi de subordinação. Nunca cheguei a ver nele um chefe autoritário, cego pela arrogância do poder. Pelo contrário, O que me impressionava e impressiona ainda é a sua aura de afectividade, de respeito, de reconhecimento e de estímulo. Mais do que um chefe, ele é um companheiro que não ignora um conselho amigo e frontal, sempre que necessário, mas também sempre com respeito pela pessoa humana. Obrigado meu COMANDANTE por me ter ensinado que a grandeza não está nos galões, mas sobretudo no valor do trabalho, na afectividade, no respeito, no reconhecimento e na magnanimidade. A hombridade manda-me dizer que nas eleições presidenciais de 2001 não votei nele na primeira volta porque ele não se manifestou logo e, como homem de palavra, tive que honrar o meu compromisso com uma outra candidatura. Na segunda volta, não só fiz campanha a seu favor como votei nele. Esta minha atitude, curiosamente, não foi censurada, em momento nenhum pelo Pedro Pires. Porém, alguns companheiros da mesma trincheira que eu não aprovaram a minha atitude e, sem sucesso, tentaram criar-me alguns problemas. Para mim, esta foi mais uma prova de magnanimidade de Pires. Obrigado, meu COMANDANTE.