“Hoje, 12 de Setembro,
celebramos o 90º aniversário daquele que um dia dissera: “sou um simples
africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo”. Neste dia
memorável, eu que não pude participar na epopeia da Luta de Libertação, queria
dizer obrigado a Amílcar Cabral e aos seus companheiros da longa e penosa
jornada que criou as condições para a conquista da Independência e para o
restabelecimento da dignidade do nosso povo, uma Independência que nos trouxe a
liberdade e a democracia, faltando apenas a conquista de uma maior densidade de
inclusão social.
Em Cabo Verde, há a liberdade
até para dizer que o Humanismo de Cabral é “uma ditadura” ou, o que é
anticientífico, seria uma ditadura se estivesse ainda vivo.
Sempre ouvi dizer que a
ignorância é atrevida e que a maior alienação é quando nem sequer temos
consciência da nossa própria alienação Infelizmente isso acontece em Cabo
Verde. Se assim é, a conclusão que se pode tirar é que há a necessidade cada
vez mais premente do legado humanístico de Cabral ser mais investigado, melhor
interpretado, mais estudado, mais divulgado.
A Cátedra Amílcar Cabral que
dirijo partilha, com outras instituições, essa missão. É preciso que o sistema
do ensino e o da cultura cumpram o seu papel quanto ao ensino, à investigação e
à divulgação da nossa história.
Que o 90º aniversário natalício
de Cabral traga a Cabo Verde maior consciência e maior compromisso com a nossa
história e com a nossa cultura.
Cabral saldou, intensa e
magnanimamente, a sua dívida para com o seu povo. A nós o dever de saldar
a nossa dívida para com Cabral e para com a nossa história. Não tenho dúvidas
que essa será a melhor forma de festejarmos o nosso humanismo, o melhor
presente de aniversário que podemos oferecer a Cabral”.
Saudações académicas
Manuel Veiga
Sem comentários:
Enviar um comentário