sexta-feira, 12 de setembro de 2014

90º Aniversário de Amícar Cabral


“Hoje, 12 de Setembro, celebramos o 90º aniversário daquele que um dia dissera: “sou um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo”. Neste dia memorável, eu que não pude participar na epopeia da Luta de Libertação, queria dizer obrigado a Amílcar Cabral e aos seus companheiros da longa e penosa jornada que criou as condições para a conquista da Independência e para o restabelecimento da dignidade do nosso povo, uma Independência que nos trouxe a liberdade e a democracia, faltando apenas a conquista de uma maior densidade de inclusão social.

Em Cabo Verde, há a liberdade até para dizer que o Humanismo de Cabral é “uma ditadura” ou, o que é anticientífico, seria uma ditadura se estivesse ainda vivo.

Sempre ouvi dizer que a ignorância é atrevida e que a maior alienação é quando nem sequer temos consciência da nossa própria alienação Infelizmente isso acontece em Cabo Verde. Se assim é, a conclusão que se pode tirar é que há a necessidade cada vez mais premente do legado humanístico de Cabral ser mais investigado, melhor interpretado, mais estudado, mais divulgado.

A Cátedra Amílcar Cabral que dirijo partilha, com outras instituições, essa missão. É preciso que o sistema do ensino e o da cultura cumpram o seu papel quanto ao ensino, à investigação e à divulgação da nossa história.

Que o 90º aniversário natalício de Cabral traga a Cabo Verde maior consciência e maior compromisso com a nossa história e com a nossa cultura.

Cabral saldou, intensa e magnanimamente, a sua dívida para com o seu povo.  A nós o dever de saldar a nossa dívida para com Cabral e para com a nossa história. Não tenho dúvidas que essa será a melhor forma de festejarmos o nosso humanismo, o melhor presente de aniversário que podemos oferecer a Cabral”.

 

Saudações académicas  Manuel Veiga

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