sexta-feira, 11 de março de 2016

Autonomização da LCV, frase 4

F4, p.20
LCV
Ka                  -u                      fla-m      nau
MLP
Negação OA tu                     falar-me nãu
CSP
Não me digas       não

Verifica-se a presença obrigatória do sujeito pronominal em LCV, o «ka[1]» poderá ter vindo de «nunca», do mankañ “nko”e do mandinga ”ke” (ambos com sentido de negação); o «fla» que vem de «falar», mas com o sentido de «dizer». A autonomização em LCV é uma evidência. Apenas pelo material linguístico, a frase seria inaceitável



[1] Na evolução linguística, normalmente a sílaba átona que cai. Verificamos que em “nunca”a sílaba átona permanece e cai a tónica. Segundo Rosine Santos, 2000, a negação em mankañ é “nko”, e em mandinga é “ke”; Para Lang 2009:129,  ele terá também origem no  «ka» de negação manjaku. Segundo Lopes 1957 e 1984: 150, o «ka»,  vem de «nunca».  Para Baptista  2006:97, a negação “nunca pode ter origem tanto no “nunca português, no “ko mankañ, no “buka do mandinka, no “kë”balanta.
A nosso ver, é mais provável que que o “ka”do LCV tenha origem, sobretudo, nas expressões africanas, acima referidas, mas não se pode excluir o “nunca” português, também.

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