LCV
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Krê própi, dja
es fase-m el kórda
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MLP
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Crer
próprio já eles fazer-me ele corda
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CSP
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Talvez já mo fizeram feitiço
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A RSL é visível. Apenas pelo
MLP não chegamos ao sentido da frase.
Em LCV, o «krê» parece ter uma dupla origem. Umas
vezes em «querer» e outras vezes em «crer». Em F19, parece ter provindo de «crer». Quando alguém diz» «creio que amanhã vá chover», a frase
encerra dúvida, incerteza. Daí o «krê
própi» com o sentido de “talvez”.
O «própi» do sintagma «krê própi» representa tão-somente uma
topicalização, um elemento para reforçar a dúvida.
Porém, há também o «krê» com origem no querer, por exemplo «N krê bai (quero ir).
Quanto ao «fazer corda», com o sentido atual de «fazer feitiço», poderá, eventualmente,
ser uma prática no português arcaico que hoje já não existe. Note-se que a “corda” amarra, e quando se é amarrado,
perde-se a mobilidade, fica-se dependente. Ora, quem tem feitiço está
dependente de um mal provocado, normalmente por uma bruxa. É como se estivesse
amarrado por esse mal.
NB: LCV - Língua Caboverdiana; MLP: Material Linguístico em Português; CSP: Correspondência Semântica em Português.
NB: LCV - Língua Caboverdiana; MLP: Material Linguístico em Português; CSP: Correspondência Semântica em Português.
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