quarta-feira, 29 de agosto de 2018

CABRAL VISTO POR ARISTIDES PEREIRA

CABRAL VISTO POR ARISTIDES PEREIRA
(Combatente da Liberdade da Pátria; ex-Presidente da República de Cabo Verde; ex-Presidente da Fundação Amílcar Cabral):
"O perfil desta figura multifacética – congregador de homens, engenheiro das consciências, líder humanista, diplomata militante – ficaria, porém, incompleto, se não sublinhássemos que, dominando todos os aspectos da personalidade, avultava o político clarividente, portador de uma certa visão da história” (in Ata do Simpósio Interncional Continuar Cabral, 1983, FAC:42).
Comentários
Pedro Alexandre Rocha Fico feliz por ver e sentir o interesse de figuras importantes do nosso universo intelectual querer desvendar, quiçá desmistificar as circunstâncias que rodearam a misteriosa morte de Cabral. Nos meus tempos de estudante, eu e toda a minha geração fomos induzidos, em jeito de manipulação, de que quem matou Cabral foi a PIDE-DGS e general Spínola. Esta "lenda" manipuladora vigorou durante a vigência do partido único (1975/90). Era tabu e um "crime contra a nação" aventar outro cenário que envolvessem outros actores. Eu como professor fui orientado e preparado a ensinar os meus educandos na linha oficial veiculada pelo regime de partido único Paigc/cv: que Cabral foi assassinado pela PIDE-DGS e Spínola. Nunca se admitia, na vigência do Paigc/cv, e seria escorraçada toda e qualquer tentativa de procurar a verdade factual sobre os meandros dessa morte misteriosa. O próprio Paigc/cv e os seus principais timoneiros tinham interesse que esse evento ficasse no enigma do mistério. Compreendo que estavam em jogo interesses dos Estados. Desvendar a morte de Cabral poria em causa a sobrevivência do próprio sistema, as relações entre Guiné/Cabo Verde/Guiné-conakry, uma vez que os principais actores e coniventes são e foram figuras importantes desses Estados e da cúpula do Paigc/cv. Muita coisa seria diferente se o mistério fosse desvendado a tempo e muita coisa também não aconteceria após esse macabro acontecimento se a verdadeira história fosse contada . O certo é que sobre a morte de Cabral contaram-se "estórias" e não história. Hoje, a sociedade vivendo em tempo de democracia, impõe-se que a farsa seja expurgada e a história seja contada.
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Responder1 dia(s)Editado
David Hopffer Almada Excelente, caro Irmao! Valeu!
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Responder21 h

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