PERDER COM MAGNANIMIDADE
Quem
tinha apenas duas Câmaras e acabou por conquistar mais seis tem razões para
celebrar. Que esta celebração seja com humildade, com responsabilidade, com
humanismo e com patriotismo.
Sempre
quis que houvesse maior equilíbrio em termo de responsabilidade autárquica no
País. O novo cenário em que o PAICV vai administrar oito câmara e o MpD catorze
se é que não me dá inteira satisfação é, contudo, um sinal de grande vitalidade
social, em Cabo Verde.
Parabenizo,
pois, os vencedores e a todos que participaram na jornada autárquica d 25 de
Outubro 2020, as minhas vivas felicitações, de uma maneira muito especial para participação
dos “independentes” que, não há dúvida, qualquer que seja o resultado
alcançado, deram um grande contributo à democracia, em Cabo Verde. Para eles,
também, as minhas vivas felicitações.
Nesta
ocasião em que celebramos a vitória dos que ganharam as eleições, e nos
propomos a analisar as razões que estiveram na base das derrotas havidas,
deixo-vos um pensamento do Ali-Bem-Ténpu sobre a ética do “Eu”e a moral do “Nós”:
“Kusas meste muda.
Só com um código de ética que, sem marginalizar o “eu”, promove a cultura do “ tu” e a do “ele”, a pessoa humana e a
sociedade, em geral, voltam a desfrutar da paz do jardim do éden e da
felicidade holística para todos e cada ser humano.
O Ali Ben Ténpu
sabia que “a moral do nós” é o
caminho para essa felicidade numinosa, no planeta Terra. Sendo ele próprio
produto da “civilização do eu”, quis
protagonizar uma moral e uma ética diferentes, tanto para a baía azul como para
a aldeia global. Seria a sua contribuição à crioulidade islenha e à humanidade,
em geral.
Concentrando-se na fecundidade do seu pensamento, eis o
que conseguiu descortinar num tempo “in fieri”, que o presente calendário,
de forma representativa, ainda não inscreveu na sua agenda:
·
O coração e a razão, nos seres humanos,
despertaram-se de um sono milenário;
·
“A
civilização do eu” transformou-se na “civilização
do nós”;
·
No código de ética, o “eu e o tu” beneficiavam de iguais oportunidades, sendo a competitividade
entre eles a da qualidade e nunca a de exclusão ou a de sanguessuga;
·
A sociedade, as instituições, as
organizações de toda a índole, as pessoas, individual e coletivamente, se consciencializaram
que o “eu” só pode ser feliz se o “tu” também o for;
·
Prevalecendo esta “ética do nós”, a harmonia familiar floresce; o equilíbrio social
reina; a violência se enfraquece; a economia cresce; o desemprego desaparece; a
dominação, a exploração e a corrupção, pouco a pouco, se vão extinguindo; a política
se converte num desafio de causas e num serviço à comunidade; as doenças neuróticas
e cardiovasculares ficam cada vez mais raras; a fraternidade e a solidariedade
alavancam as relações sociais; a felicidade holística se generaliza; as pessoas
se convencem que o paraíso terrestre é possível.
Todo este sonho do Ali-Bem-Ténpu
é uma antevisão. O tempo, seguramente, vai dar-lhe razão. Porém, vive-se ainda
“ na civilização do eu”, embora a
caminhada para “a civilização do nós”
se encontre já em curso.
Aqueles que encontrarem razões para acreditar no Ali-Ben-Ténpu só lhes restarão ser coerentes
e consequentes: continuar a marcha conducente à “civilização do nós” e ao código
de moral que não subestima o “eu”,
nem discrimina o “tu” (Cf. MV,
Profecias dp Ali-Ben-Ténpu, p. 192-193).
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