Tenho assistido, no pós-Independência, atitudes pouco recomendáveis de determinados atores políticos que, face à mudança de contextos e de cenários sociopolíticos, se convertem em críticos do regime que ajudaram a enformar, a implantar e a vigorar.
A mudança é própria da
condição humana. O que é pouco elegante, diria mesmo pouco ético, é renegar o
seu próprio passado, culpabilizando os outros de práticas em que nós fomos
atores destacados, cúmplices e beneficiários solidários.
Ora isto é feio, é baixo,
é traição, é antiético.
Um grande filósofo
espanhol dizia: “Yo soy yo y mi
circunstancia”. Com efeito, os
valores, as práticas e o quotidiano de cada um de nós têm a marca e o selo do sentir
e da filosofia do tempo em que vivemos, particularmente quando não somos visionários
e precoces.
Ora, ao confrontarmos os
valores e o sentir de um tempo outro que o do nosso passado, impõe-se a mudança,
com humildade, magnanimidade e abertura de espírito. Porém, nem sempre isto
acontece.
Todos nós conhecemos os “chicos
espertos” que só lhes interessa tirar vantagem do “sentir” de todos os tempos,
desresponsabilizando-se do “sentir” e práticas de tempos que já são histórias e
que, portanto, perderam a aura e a importância que tinham no antanho.
Sejamos, pois, inteiros!
Façamos as mudanças necessárias, em conformidade com o sentir e os valores do
nosso tempo. Deixemos de estigmatizar e de desresponsabilizar-nos perante a
nossa própria história. Se assim fizermos, estaremos a ser coerentes e
responsáveis. De outro modo, estaremos a fazer dos outros otários, quando, na
verdade, os otários somos nós mesmos.
Viva a Integridade, Viva
a Hombridade, Viva a Seriedade, Viva a Honestidade!
Março de 2021
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