O [e mudo] ao Norte
UMA POSSIBILIDADE E NÃO UMA FATALIDADE
Alguns elementos de dissenso, particularmente nas variantes do Norte, são a
representação do [e] mudo (tud / tude) e a palatalização do [s] implosivo
(“pista / pixta”).
A
representação do [e] mudo, nas variantes dialetais do Norte é uma possibilidade
e não uma fatalidade. Do ponto de vista pragmático, o seu uso facilita a
representação silábica das palavras (“tu-de” e não “tud”; “res-pir-á”, e não
“rspi-rá / rxpi-rá”; “só-be-de” e não “sóbd”; “pes-ká” e não “pxká” ou “pská;
“sin-ples” e não “sinpls”; “ó-ne” e não “ón”; “pó-ne”e não “pón”; “ke, se, de,
me” e não “k, s, d, m”...).
Do ponto de vista
pragmático, ainda, o uso da vogal muda, ao Norte, pode facilitar a aproximação
com as realizações das mesmas palavras ao Sul e, ainda, reforça a unicidade das
regrs de acentuação, particularmente no concernente a R1 e a R2.
Com efeito, “tude” (R1)
está mais perto de “tudu” (também R1) do que de “tud”. Igualmente
"óne" (R2) corresponde a "anu", também R2.
Seja como for, o uso da vogal muda não é uma fatalidade, é tão somente uma
possibilidade. Como linguista, por uma questão de pragmatismo linguístico,
consubstanciado na clareza silábica, e numa maior aproximação entre as
realizações do Norte e do Sul, aconselho o uso da vogal muda.
Quanto à palatalização do [s] implosivo que, ao Norte, se verifica em
palavras como: “pixta, lixta, paxta, ex / ej, ves / vej”, aconselho a
representação fonológca dessa consoante cuja forma seria “pista, lista, pasta,
es”.
Para além da justificação fonológica, por pragmatismo, e desde que
consensual, seria mais desejável uma representação que aproximase as diversas
variantes dialetais, não devendo isto acarretar nenhuma erosão linguística fundamental.
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