quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

UNIDOS VENCEREMOS




Parabéns, triplamente, à Janira Hopffer Almada: pela sua expressiva e inquestionável vitória; por ser, ao mesmo tempo, jovem e mulher vencedora; pela postura positiva, objectiva e respeitadora dos superiores interesses do PAICV, na campanha e, particularmente, no discurso da vitória.

Como é sabido, por se tratar de uma eleição em que os concorrentes eram todos camaradas meus, por quem nutro respeito e amizade, entendi que a minha postura deveria ser discreta e reservada. Disse-o ao ser contactado por duas das candidaturas. Disse-lhes ainda que eu preferiria que houvesse uma convergência, porque a  disputa entre camaradas podia desorientar os militantes e corria-se o risco  de ser desgastante para o Partido. Aialiás, alguém que se simpatiza com o PAICV, mas que se encontra longe das lides políticas, chegou a perguntar-me qual dos três era da Oposição. Não obstante isto, hoje, acredito que a disputa, por ter sido civilizada e responsável, contribuiu para o reforço da democracia interna no seio do PAICV.

Por isso, regozijo-me com essa jornada, até então inédita em Cabo Verde; felicito a JHA pelas razões acima apontadas e saúdo a Cristina Fontes e o Felisberto Vieira pela atitude responsável, participativa, diria mesmo cidadã, que tiveram e prometem que vão continuar a ter.

Pela lição de democracia dada ficou claro que fazer campanha com lisura, objectividade e responsabilidade é muito melhor que escolher o machado da guerra  ou os discursos inflamados e ofensivos. E se os concorrentes deram o exemplo, não é salutar que os seus apoiantes venham estragar a festa. Agora, o que deve interessar a todos nós, na unidade e na responsabilidade, é o hoje e o amanhã de Cabo Verde e do nosso povo. Unidos, venceremos!

FÉSTA BÉDJU, AZÁGUA KORENTE, É NHA VÓTU 2015





Sima 2014 - ku séka ladridjadu, ku erupson ramantxadu y ku insiguransa dizaforadu – Nhordés al libra-nu di el.


Nu ta rakonhise alegria di “casa para todos”, barájen na txeu rubera, Tubarons Azul ta marka pontu, ta sigi pa frénti, nómi di Kabuverdi na “top-referénsia” di Áfrika, mas nos sonhu ka ten limiti.


Trokadu kel-li, nu krê luta pa más enprégu, más enprendedorismu, más trankuilidadi, más idukason, más formason, más kultura, más sidadania y más inkluzon.


NTON, NHA  VÓTU 2015 É FÉSTA BÉDJU Y AZÁGUA KORENTI, KU SAÚDI, KU TRABADJU Y KONHISIMENTU, KU KUALIDADI DI VIDA Y DI ANBIENTI, PA TUDU NHAS FAMÍLIA, PA TUDU NHAS AMIGU, PA TUDU NHAS ALUNU Y PA TUDU NHA POVU, LI MÉ NA TXON DI NOS RUBERA, Y MÁS PA LA NA MAPA DI TÉRA LONJI.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Alfabeto dos génios e o do atrasados mentais




A convite do Gabinete do Ministério da Reforma do Estado, tomei parte, no passado dia 23 de Outubro, no lançamento da Revista Vozes das Ilhas. Tudo correu na normalidade, com intervenções pertinentes, até que uma ilustre senhora, médica de profissão, e teóloga por sinal, se irrompeu na sala com a seguinte afirmação, sem a mínima contextualização e fundamentação: “O ALUPEC é um alfabeto para atrasados mentais”.
Fiquei deveras atónito, não pelo facto dessa senhora ser contra o ALUPEC, mas sim por ela considerar que esse modelo de alfabeto, onde tendencialmente uma letra corresponde a um som, é um modelo de “alfabeto para atrasados mentais”.

Pedi a palavra solicitando a essa senhora que nos apresentasse as fundamentações da sua afirmação, tendo em conta: a) que o ALUPEC foi aprovado a título experimental em 1998 e, a partir de lá, todos os trabalhos académicos (e são muitos) produzidos em universidades, em Cabo Verde, em França, nos EUA, na Alemanha, em Portugal..., utilizaram e utilizam o ALUPEC, o que lhe confere, seguramente, legitimidade académica; b) que vários intelectuais caboverdianos têm usado o ALUPEC nas suas produções literárias; que custa-me acreditar que o Conselho de Ministro que aprovou o ALUPEC seja composto de atrasados mentais, tanto o que aprovou a título experimental em 1998, como o que o institucionalizou, como alfabeto caboverdiano, em 2009; que custa-me acreditar que os académicos e intelectuais que praticam o ALUPEC sejam atrasados mentais; que todos os que tiveram ou têm experiência de ensino bilingue, em Cabo Verde, em Lisboa e nos EUA sejam atrasados mentais; que todos os que fizeram o Mestrado de Crioulística e de Língua Caboverdiana na Uni-CV sejam atrasados mentais; que as várias dezenas de alunos na Uni-CV que estudam a língua caboverdiana, com base no ALUPEC, sejam atrasados mentais.
Justificando a sua afirmação, a referida senhora disse que ela compreende a escrita de Eugénio Tavares e de Sergio Fruzoni, mas que o ALUPEC torna o nosso crioulo uma língua estrangeira. Exemplificou dizendo que não compreende a razão por que “casa”se escreve “kaza”no ALUPEC.
Considerando que a fundamentação apresentada não me convence, gostaria de informar que todo e qualquer alfabeto é uma convenção; que hoje as características fundamentais de um alfabeto são: a economia, a sistematicidade e a funcionalidade; que o ALUPEC tem todas essas características; que é, hoje, o modelo de alfabeto aconselhado pela UNESCO; que já em 1888 o senhor António d’Paula Brito usava esse modelo de alfabeto; que o novo acordo orográfico da língua portugues dá razão ao modelo que o ALUPEC segue ao eliminar as consoantes mudas na escrita do português.
Ninguém contesta a referida senhora de não gostar do ALUPEC, mas a maneira como manifesta a sua discordância não é científica, nem espelha a democracia. Com efeito, destratar os que praticam o ALUPEC não é ético, sobretudo quando se trata de uma teóloga que professa a religião nazarena. A propósito disto, devo lembrar-lhe que os Nazarenos fazem parte da Associação que traduziu uma parte da Bíblia para crioulo (“Notísias Sabi di Jezus”). Será que eles também são atrasados mentais?
Devo lembrar-lhe que se o problema reside no facto de o ALUPEC ser um modelo onde tendencialmente uma letra corresponde a um som ( em linguística diz-se que a um grafema corresponde um fonema) também no alfabeto português muitas letras correspondem apenas a um som ( b, d, f, l, m,n, p, t, v). Será que estas letras são apenas para atrasados mentais também?
Quanto à proposta de retomarmos a escrita de Eugénio Tavares e a de Sergio Fruzoni, gostaria que explicasse por que é que aceitamos a mudança em tudo e não no crioulo. Pergunto: porquê que hoje não escrevemos o português de Gil Vicente, nem o de Camões, nem o de Fernando Pessoa? Porque é que em 1911 houve a reforma ortográfica da língua portuguesa? Será que continuamos a escrever “philosofia, theatro, pharmacia, abysmo, assucar...” ou a mudança para “filososofia, teatro, farmácia, abismo, açúcar” é, hoje, pacificamente aceite? Se se aceita a mudança a nível do português, porque é que no crioulo a mudança é um bicho de sete cabeças? Porque é que em matéria de crioulo só o passado de Eugénio Tavares e o de Pedro Cardoso é que contam?
Não basta ser lúcido. Há que ser também coerente, consequente e respeitador, mesmo quando discordamos da posição do outro. Há que admitir que um alfabeto que favorece a inclusão e que se caracteriza pela sua economia, sistematicidade e funcionalidade, mesmo que ponha em causa o conforto que temos com um outro modelo, deve ser respeitado. Há que convir que esse conforto não nos autoriza a generalizar esse modelo, sobretudo quando sabemos que ele peca pela falta de economia e de sistematicidade, duas características que a linguística moderna, mas também a UNESCO defendem no estabelecimento de um alfabeto para as línguas em vias de instrumentalização gráfica.



terça-feira, 21 de outubro de 2014

A Palavra e o Vrbo


                                             PÓRTICO

 

                                  A PALAVRA  E  O  VERBO 

 

Falar do «Eu nas palavras» é uma sinédoque. E isto porque a «palavra», neste sintagma, significa ou pode significar uma parte da obra do autor.

 

Li numa página da internet que Gil Deleuze dizia: «a escrita é um prazer masturbatório, pois se trata de fato de se olhar [...] estuprando a folha branca que me serve de testemunha».

 

Para mim, ao “estuprar”, carinhosamente, a folha branca que me serve de testemunha, pretendo, tão-somente, realizar um acto de amor: o de – através da transparência e da transfiguração do verbo – poder partilhar ou mediatizar o meu mundo e os meus sonhos.

 

Com a força mediática da palavra, o meu «eu» é capaz de significar, de transfigurar, de construir e de comunicar o mundo que nos rodeia, o social que nos preocupa, o cultural que nos enforma, o virtual que nos interpela.

 

Ainda numa página da internet deparei-me com a seguinte pergunta de Silvano Santiago: «quando é que a arte brasileira [deixa] de ser literária e sociológica para ter uma dominante cultural e antropológica?»

 

Creio que a arte não tem que deixar de ser literária e sociológica para se transformar em cultural e antropológica. O melhor ainda é poder ter, também, essas características.

 

No remaniamento da palavra e do verbo que faço, é este o meu intento, embora acredite que o lado literário não é o que mais me preocupa. Aliás, não é por acaso que, quando escrevo, sou mais ensaísta do que poeta ou romancista. Com efeito, a minha escrita tem sempre a cumplicidade da minha história, da minha vivência e dos meus sonhos.

 

Os textos que seguem testemunham a oficina e a lavoura das minhas palavras e do meu verbo, em algumas “azáguas”do meu quotidiano.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Aula Magna pelo Emb. Óscar Oramas


A Segurança da Guiné Conacri conhecia  ou não os planos para o assassinato de Amílcar Cabral? (2.5.2014)

 

Como previsto, realizou-se na manhã de hoje, dia 2 de Maio, no Campos do Palmarejo da Uni-CV, uma Aula Magna sobre “Amílcar Cabral para Além do Seu Tempo”.

 

O evento foi promovido pela Cátedra Amílcar Cabral, no quadro das suas atribuições de promover um maior conhecimento e valorização do legado de Cabral.

 

O acto foi presidido pela Magnífica Reitora, Doutora Judite de Nascimento, e contou com a presença da Equipa Reitoral; de Direcções do Sistema Uni-CV; do Director e membros da Cátedra Amílcar Cabral; de vários Combatentes da Liberdade da Pátria, entre os quais a viúva de Amílcar Cabral; de membros da Fundação Amílcar Cabral e do Instituto Pedro Pires; de vários docentes, investigadores e estudantes da Uni-CV.

 

O Auditório do Campus ficou completamente cheio, com uma moldura humana atenta e

interessada.

 

O Embaixador Óscar Oramas, com uma eloquência invulgar e cativante, discorreu sobre o tema, tendo-se referido, entre outros aspectos, aos seguintes pontos:

 

1) O paralelismo existente entre Amílcar Cabral e José Martí, duas personalidades de dimensão universal que, por serem um dos grandes obreiros na fundação das respectivas pátrias, continuam vivos no legado que nos deixaram;

 

2) Falou de Amílcar Cabral como um estratega e lutador, não só da Guiné-Bissau e Cabo Verde, mas de todas as colónias, então em luta. Considerou-o um ilustre filho de todos os povos colonizados, um homem de dimensão ética extraordinária;

 

3) Considerou que a luta armada, em situação difícil e desigual, só foi vitoriosa por causa da perseverança dos combatentes, da estratégia e da pedagogia do líder.

 

4) Considerou que o apoio do  Presidente Sécou Touré foi inestimável. Inestimável também foi o papel das Nações Unidas;

 

5) Considerou que o assassinato de Amílcar Cabral decorre do desespero do Regime Fascista Português e da sua Polícia Política – a PIDE DGS;

 

6) Terminou com um sobrevoo breve à volta dos 9 capítulos que integram o seu livro Amílcar Cabral para Além do seu Tempo.

 

No debate, vários intervenientes comentaram aspectos relevantes da Aula Magna, destacaram o valioso  contributo não só do povo da Guiné Conacri, como também o de Cuba, na Luta de Libertação Nacional, sugeriram que as instituições do ensino passem a dar maior atenção ao  legado de Cabral, já que a juventude só pode conhecer e valorizar esse legado se a ele tiver acesso.

 

Uma questão colocada que mereceu especial atenção do orador foi a seguinte: “ A Polícia de Segurança da Guiné Conacri tinha ou não conhecimento do plano secreto para o assassinato de Cabral? Se tinha, porque não agiu para evitar a tragédia?

 

Respondendo, o Embaixador Oramas confirmou que  a Segurança da Guiné Conacri tinha conhecimento do plano secreto, que Cabral foi avisado, e que a tragédia aconteceu porque o plano foi antecipado. Disse ainda que  Amílcar Cabral lhe tinha solicitado um encontro urgente e que ficou combinado para  ser as 11H00 do dia 21 de Janeiro de 1973.  Disse que presume que Cabral queria discutir com ele esse hediondo plano. Porém, a tragédia deu-se na noite do dia 20 de Janeiro. Declarou que foi ele, como Embaixador, o primeiro diplomata a ter conhecimento do bárbaro assassinato e foi ele também quem deu notícia ao Presidente  Sécou Touré, que ainda não sabia.

 

E  assim terminou a Aula Magna. A Cátedra Amílcar Cabral deu “rendez-vous” aos presentes para o lançamento da reedição do livro Amílcar Cabral para Além do seu Tempo, em Novembro próximo, no quadro do 90º aniversário natalício de Cabral, que acontece a 12 de Setembro do corrente ano.

 

Elaborado por Manuel Veiga, Director da CAC-CV

25 de Maio, DIA de África




 

Em Cabo Verde, para uns, ser africano é um orgulho. Para outros é uma dor. Para outros ainda é algo idílico, apenas sentimental. Uns dizem que temos fraco conhecimento de África e que África  também conhece muito pouco Cabo Verde. Há quem diga que para além do fraco conhecimento, há também fraca cooperação com a África e que os nossos “clusters” estão ancorados mais na Europa do que na África, defendendo a recentragem em África.

E eu, como africano e cidadão caboverdiano, penso que:

  1. Cabo Verde é um rosto de África. Tem especificidades, tem particularidades próprias.Tem aspectos positivos e negativos, como em todo o lado. É parte de um todo, com um ID próprio, id este que não é indiferente às matrizes: África, Europa e o Mundo. Por isso, temos uma Nação Global cuja marca (brand) é o diálogo, a tolerância, a partilha, a complementaridade. Se somos uma Nação crioula é, precisamente, porque o nosso ser e estar no mundo têm o DNA e o arco-íris do humanismo africano e mundial. É que ontem o nosso DNA tinha a cumplicidade de África e de Portugal, mas hoje, através da Nação diasporizada, a nossa cumplicidade é com o mundo, mesmo que a África ocupe um lugar especial, porque ali é que está  o nosso “oikos.
  2. O futuro da humanidade, como dizia um notável africano, é crioulo. O que para os outros é futuro, para nós é presente. Nós já somos o resultado da globalização. É por isso que o racismo e o etnocentrismo não devem ter espaço em nenhum lugar no mundo, particularmente na nossa sociedade crioula.
  3. E a nossa relação com a África deve ser uma relação inclusiva, sem nunca pretender excluir a relação com o mundo e com a globalização, mesmo na questão das ancoragens. Essa relação deve estar assente num triângulo em que num lado está a cultura e a história; noutro lado o sentimento profundo que nos liga à África; finalmente, no terceiro lado do triângulo devem estar os interesses económicos de Cabo Verde. Qualquer ancoragem com a África baseada apenas no sentimentalismo e na exclusão de outros espaços vai contra a essência da crioulidade; diria, mesmo, que vai contra o sentido da história, da nossa história.

No dia em que celebramos a África, queria saudar, vivamente, o Continente da esperança, o Continente do futuro, mas na tolerância, na inclusão e na equidade. Essa responsabilidade é, particularmente, nossa: nós os africanos de todos os rostos e de todas as latitudes, em África.

Neste dia de África, gostaria de saudar a memória de três caboverdianos que nos ensinaram não só a amar, mas também a admirar a África: Pedro Cardoso da Ode à África, quando escreve: ‘’Africa minha, das Esfinges berço/ Já foste grande, poderosa e livre:/ Já sob o golpe do gládio ingente/ Tremeu o Tibre/ ... Se foste tu quem acendeu o facho/Que fez da Grécia a glória peregrina/Porque hoje vergas para o chão a fronte/Adamantina?”.

Amílcar Cabral que diz ser “Um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo”, tendo consentido o sacrifício da própria vida para a libertação de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, como, de algum modo também, da própria África.

Finalmente, Manuel Duarte que em “Caboverdianidade e Africanidade” afirma: “Nós os caboverdianos estamos étnica e historicamente ligados tanto à África como à Europa, acrescendo sobremaneira no sentido da africanidade, a situação geográfica, o condicionamento climatérico, a predominância da corrente imigratória negra no povoamento das ilhas, ... em suma, o fenómeno colonial e as suas necessárias implicações ...”.

Mana Guta lança o seu primeiro livro, hoje, às 17H00, no Palácio da Assembleia Nacional


(Facebook de 18.7.2014.

Com enorme satisfação vou proceder, hoje, ao lançamento de um livro que é um tesouro raro no panorama literário caboverdiano. Trata-se de uma obra escrita não apenas com "uma sintaxe de luz e uma morfologia de morabéza”, mas também com uma semântica de inclusão efectiva e de autenticidade real. A sua escrita não é apenas guiada pela razão e pelo sentimento, mas sobretudo pela a voz da alma, uma doce melodia que nos surpreende, nos encanta, nos inquieta, nos absorve, nos interpela.
Ouso convidar os meus amigos para a descoberta deste tesouro raro. Venham todos os que puderem tomar parte nesta festa das letras. Gostaria que o prazer intelectual que a autora nos proporciona seja uma prenda inclusiva e partilhada com os amigos, com os compatriotas, com os amantes das letras e da inclusão autêntica, efectiva e transversal.
Obrigado, Mana Guta, por esta lufada de ar fresco que, cândida e caboverdianamente, trouxeste às nossas letras.