sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Autonomização da Língua Caboverdiana 4

F2
LCV
N    da  Djon   un livru

MLP
Eu  da(r) João  um  livro
CSP
Dei  um  livro  ao  João

                                            (LCV: Língua Caboverdiana; MLP: Material Linguístico Português; CSP: Correspondência Semântica em Português)


Aqui também todo o material linguístico vem do Pt. A autonomização consiste no emprego obrigatório do sujeito e na distribuição dos dois complementos. Em Pt, o complemento direto vem logo a seguir ao predicado, enquanto em LCV há uma mudança na ordem dos dois complementos. Primeiro vem o que tem o estatuto de  indireto em Pt e só depois o direto.  Seria inaceitável em LCV a frase «N da un livru Djon».  Entretanto, raramente poder-se-ia ouvir a frase «N da un livru pa Djon». Aqui se não se pode falar nem de simplificação, nem de complexificação, é forçoso admitir que há uma reestruturação nova.

11 comentários:

  1. Comentário de José Carlos Duarte: E cabo verde tem dinheiro para implementacao? Ja calcularao os custos, quando vai custar a ensinar os professores ke não falao badiu a aprender?

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  2. Comentário de Sydy Manuel: E esta regra, pode-ser classificada como generalizada ou existem algumas exceções? Falo, em relação ao LCV das ilhas do Barlavento

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  3. Minha resposta ao Sidy:Caro Sidy: a regra existe tanto na variedade de Sotavento como na de Barlavento (N da Djon un livru/ N dá Djon un livre).

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  4. Comentário de Abel Djassi Amado: Talvez pudesse esclarecer quando escreve que "todo o material linguistico" provem da lingua portuguesa. E do meu entendimento que "n" nao provem do portugues.

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  5. Minha resposta ao Abel Djassi: Prezado Abel Djassi: O pronome pessoal sujeito "N"do CCV, segundo a linguista africanista Rosine Santos (2000:178), tem origem no mandinga. Ele poderá ter também origem no "mim"português. Isto significa, eventualmente, uma dupla origem

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  6. Minha resposta ao José Carlos Duarte: Quanto ao senhor José Carlos Duarte, apenas queria dizer-lhe que tudo o que tem valor custa. Ora, penso que a língua da nossa identidade primeira vale mais do que ouro. E se tem tanto valor assim, há que pagar o seu justo preço. O mesmo aconteceu com a Independência de Cabo Verde. Muitos diziam que não valia a pena. Hoje acredito que o senhor José Carlos Duarte há de convir comigo que custou muito, mas valeu a pena.

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  7. Comentário de Marise Borges: "Sodadi di kes aulas sabi.

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  8. Minha resposta a Marize: Olá, Marize Borges: Mi tanbe, N tene sodadi di tudu nhas alunu. Majistériu na Uni-CV foi un m omentu altu na nha kareira profisional. Un téta rixu pa nhos tudu.

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  9. Comentário de Artur Bento: Interessante, Manuel Veiga. Seria legal, então, escrever: errado, errado, certo a frase que diz respeito a LCV. Agora, não entendi, "N", o correto não seria "Un da Djon un livru"? Apenas, esclarecimento"

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  10. Minha resposta: Sinhor Artur Bento: Na kriolu, na variedadis di Sotavéntu nu ta atxa "N"; na variedadis di Barlavéntu nu ta atxa tantu "N" komu "Un". Ta parse-nu ma "N" é más universal. Nu pode kosidera ma es é variantis regional. Ku padronizason di kriolu nu ta ben opta pa "N" ô pa "Un".

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