sábado, 17 de março de 2012

TRIGÉSIMO ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

COMISSÃO EXECUTIVA



A 5 de Julho de 2005, Cabo Verde comemora a festa da Independência. Não uma festa qualquer. A efeméride celebra 30 anos de percurso, de liberdade, de construção, de transformação e de desenvolvimento do País.

Ontem, o Cabo Verde de hoje era um sonho. Com determinação e tenacidade conseguimos transformar «as pedras em pão»; fizemos do mar um caminho e das rochas um desafio; combatemos a ignorância e o analfabetismo; criamos condições para a democratização da educação; restituímos a liberdade e o direito ao povo das ilhas; conferimos à cultura o valor e a dignidade ingloriamente amordaçados no passado; reconfirmamos o cântico do poeta que anuncia: «Cá vamos nós reconstruindo o país. /Devagar, // é certo, mas avançando ilha  a ilha. Dor a Dor…// O nosso destino estamos a cumpri-lo: dar a Cabo Verde outro mar, / outro céu, outro homem».

Temos razão, diria mesmo que temos a obrigação de celebrar o trigésimo aniversário da nossa Independência com orgulho do caminho andado e com a convicção de que o sonho de hoje voltará a ser realidade amanhã.  «A estiagem já não nos mete medo», por isso não podemos falhar, não devemos falhar.

A nossa celebração, porém, tem que ser, deve ser, uma festa da Nação Global.
Todos os caboverdianos no território nacional, todos os caboverdianos nos territórios da diáspora colocaram a sua pedra no edifício do desenvolvimento e da qualidade de vida em construção. Por isso, a celebração e o regozijo devem ter por palco e por sujeito a Nação Global.

Aliás, o programa concebido e aprovado teve uma preocupação: a de fazer com que a festa seja de toda a Nação Caboverdiana.

Este PROGRAMA de comemorações afirma, em toda a linha, o legado de 5 de Julho de 1975, consubstanciado nos valores da soberania, democracia e desenvolvimento, os quais ganharam verdade, vector e dimensão nessa data gloriosa. Trinta anos depois, várias gerações de caboverdianos têm razão para comemorar a Independência Nacional com muita emoção e auto-estima. Nos Quinhentos Anos de História, o nosso desafio mais fundamental foi inquestionavelmente a conquista da Independência Nacional. Ousámos e vencemos. Sabemos hoje, com orgulho e certeza, de que valeu a pena. Os ganhos são de monta, tanto aqueles quantificáveis, quanto os muitos outros de teor não mensurável. Somos hoje um Estado adulto, credível e respeitado.

O PROGRAMA tem muitas virtualidades. Algumas delas, são as iniciativas da cidadania, da juventude e da diáspora. Outras são dos poderes públicos e das classes profissionais. Estas comemorações vão contribuir para fazer de 2005 o ano editorial, adicionando, em quantidade e qualidade, valências para a Bibliografia Nacional. A intensidade editorial acontecerá num ambiente de feiras de livro, exposições bibliográficas, tertúlias, mesas-redondas e conferências. Sublinham-se alguns aspectos, nomeadamente a publicação, em Setembro, da enciclopédia “A Cultura em Cabo Verde: 30 anos de Percurso”, o Dicionário Bilingue Crioulo-Português e o Colóquio Internacional de Estudos Crioulos.

A vertente simbólica deste PROGRAMA atravessa o cronograma das actividades e transcende o seu calendário. Condecorações, inaugurações de várias realizações e de monumentos, sessões solenes, desfiles, prémios, recepções oficiais, lançamento de moedas alusivas e outras actividades solenes respondem, em grande, pelas novas referências históricas que se formulam doravante.

O PROGRAMA é rico em artes performantes, tais como espectáculos de música, dança, teatro e diversas actividades folclóricas. Um período que será marcado pela afirmação e apresentação do melhor da cultura caboverdiana, quer em termos de géneros, quer em termos dos seus intérpretes. Nos meses de Junho/Julho, operetas, espectáculos de rua e de salão, galas e arreais, envolvendo várias gerações de artistas, fariam a animação festiva das Comemorações. Recorde-se, com especial acuidade e agrado, o Festival Nacional da Juventude que decorre durante o mês de Julho.

O Trigésimo Aniversário da Independência Nacional denota e conota uma realidade que hoje salta à vista e se tornou referência internacional. Este é um país da boa governação, da diversidade cultural, dos direitos humanos, da paz, da construção da qualidade do ambiente e de um  desenvolvimento sustentável.  Estamos a materializar, com rara exemplaridade,  a visão de futuro de Amílcar Cabral. Fomos mostrando,  ao longo do tempo,  que o desenvolvimento, tal como a luta de libertação nacional, era um acto de cultura. A nação que hoje comemora o Trigésimo Aniversário da Independência Nacional tem por desafios, a competitividade, a ousadia, a inovação e a imersão efectiva de Cabo Verde no ciberespaço da globalização.

KABUVERDI: NOS ORGULHU, NOS SERTÉZA é o lema da  nova largada nesta hora festiva. O PROGRAMA, que vai de Março a Novembro, leva a cabo, não só as iniciativas próprias, como patrocina, co-patrocina e articula a multiplicidade das acções decorrentes da cidadania caboverdiana.  Por isso, pela sua feição,  diversidade e qualidade, ele fala de nós. E, falando de nós, espelha um percurso, uma atitude e uma visão do futuro.

Com este PROGAMA, o que se pretende é celebrar, mas também é dar uma ideia do caminho andado; o que se pretende é incentivar a Nação Global e fazer do sonho uma «indústria de resultados»; o que se pretende é motivar a cada caboverdiano a preparar, desde já, a sua prenda para os próximos aniversários da nossa Independência. E isto na perspectiva de fazer do sonho e da cidadania uma máquina de produzir resultados e de aumentar a qualidade de vida. É por tudo isto que «Kabuverdi é nos Orgulhu, nos Sertéza»; um lema cuja pertinência e oportunidade rimam com os objectivos das celebrações. É por tudo itso ainda que o logotipo escolhido simboliza o abraço de gerações numa perspectiva da construção do País e do desafio do futuro.

Manuel Veiga

Ministro da Cultura
Presidente da Comissão Executiva
«2005- Ano do Trigésimo Aniversário da Independência Nacional»

Sem comentários:

Enviar um comentário